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Em artigo publicado na revista do World Retail Congress (WRC), Roberto Meir, CEO do Grupo Padrão, analisa o cenário brasileiro perante ao novo coronavírus.

Na última década, o Brasil foi moldado por assuntos políticos. Depois de superar a pior recessão de sua história, enquanto a maioria dos outros países desfrutava de um crescimento impressionante, aqueles que estavam no poder tiveram que encontrar maneiras de reformar sua economia, enfrentar a burocracia, altos impostos, serviços de má qualidade e desigualdade de renda.

O que o COVID-19 e a quarentena mostraram foi como os líderes empresariais brasileiros se adaptaram, adotando uma abordagem mais digital para sobreviver. E, sob todos os pontos de vista, o e-commerce brasileiro disparou.

Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, mais de 100 mil novas lojas de e-commerce foram criadas desde meados de março, quando a quarentena começou no Brasil – ou seja, uma nova loja por minuto.

Os negócios de tijolo e argamassa se adaptaram rapidamente e se tornaram mais eficientes, usando sistemas avançados de entrega para atender à demanda com segurança. Empresas de entrega, em rápido crescimento, como iFood, Loggi e Rappi, lideraram esse movimento, conectando todos os tipos de negócios aos consumidores de maneira segura.

Também houve grandes varejistas que aprimoraram suas marcas e reputação durante a crise. O Magazine Luiza, o Grupo Boticário, o Carrefour e o Mercado Livre demonstraram seu compromisso em ajudar e proteger os clientes, além de dar suporte e promover boas empresas e doações. Mais recentemente, a Via Varejo também começou a apoiar empresas locais e o McDonald’s doou 100 mil refeições para trabalhadores em serviços essenciais.

O mercado de ações brasileiro – que até maio fora um dos piores desempenhos entre os mercados globais – está se recuperando rapidamente. O Magazine Luiza continua apresentando um crescimento impressionante, com um valor de mercado de US$20 bilhões (£15,9 bilhões), ante menos de US $ 100 milhões (£79,8 milhões) em 2015.

Após três meses de quarentena e distanciamento social nas principais cidades brasileiras (especialmente São Paulo), a pressão para as empresas e varejistas reabrirem foi enorme. Mas, a falta de testes COVID-19 e medidas de distanciamento social no transporte público fazem com que as chances de a América Latina voltar à normalidade tão cedo, do ponto de vista econômico, são bastante baixas.

A primeira fase da reabertura em São Paulo começou no dia 8 de junho, e 25 de Março – a rua comercial mais popular da cidade – estava lotada de pessoas. Os shopping centers foram reabertos logo em seguida também, sob medidas detalhadas de distanciamento social e tempo máximo de trabalho de quatro horas para os funcionários de varejo.

Porém, apesar da transformação digital de alguns varejistas líderes que apresentaram crescimento de dois dígitos durante a quarentena, levará algum tempo até que os demais do setor de varejo do Brasil se recupere. O aumento dos gastos do Governo Federal e da dívida, a baixa confiança do consumidor e o desemprego de 12,6% dificultarão a retomada da economia pelo governo.

Apesar do cenário difícil, há muita esperança nas plataformas digitais inovadoras e velozes que as principais empresas no Brasil estão criando para transformar o atual cenário do varejo.

Fonte: www.consumidormoderno.com.br (texto adaptado)

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