Investimento de R$ 23 bilhões em quatro anos, proposta apresentada ao presidente Lula tem como objetivo nortear o desenvolvimento e a aplicação ética e sustentável da inteligência artificial no Brasil. Esse plano ainda será validado pelo Palácio do Planalto antes de entrar em vigor.
O Ministério da Ciência e Tecnologia prevê investimentos de R$ 23 bilhões, até 2028, no Plano Nacional de Inteligência Artificial, divulgado nesta terça-feira. Esse plano ainda será validado pelo Palácio do Planalto antes de entrar em vigor. Estão previstos repasses para construir uma infraestrutura local, incluindo um “supercomputador”, e também incentivos para a indústria brasileira de IA.
O plano prevê R$ 12,72 bilhões em crédito (via BNDES, Finep e outros), além de R$ 8,47 bilhões de gastos públicos, mais de R$ 1 bilhão de investimentos privados.
O documento, batizado de Plano IA para o Bem de Todos, foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a quinta edição da Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O texto foi aprovado na segunda-feira pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), órgão consultivo da Presidência.
O plano foi dividido em cinco eixos: infraestrutura e desenvolvimento; difusão, formação e capacitação; melhoria dos serviços públicos; inovação empresarial; e apoio ao processo regulatório e de governança.
O maior investimento previsto — R$ 13,7 bilhões — será no setor de inovação empresarial. O objetivo é “estruturar uma robusta cadeia de valor em IA no Brasil”, com programas de fomento ao setor.
Outros R$ 5,7 bilhões serão destinados a “infraestrutura e desenvolvimento”. Neste eixo, uma das iniciativas é a construção de um supercomputador, para “impulsionar a pesquisa de ponta no Brasil”, ao custo de R$ 1,8 bilhão. A meta é que o equipamento esteja entre os cinco com maior capacidade de processamento do mundo.
Também estão previstas diversas ações dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), como um sistema para automatizar a transcrição de teleconsultas e uma ferramenta para suporte à decisão na compra de medicamentos.
Definição do plano
Após o evento, a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, afirmou que o plano será apresentado em uma reunião ministerial, que deve ocorrer em até duas semanas. O “formato jurídico” da formalização, por decreto ou projeto de lei, ainda será definido.
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