Enquanto o debate público gira em torno da alíquota do novo IVA (IBS + CBS), um impacto silencioso e possivelmente devastador está sendo ignorado: a exclusão das empresas do Simples Nacional da cadeia de fornecimento entre empresas (B2B).
Se sua empresa está no Simples e vende produtos ou serviços para outras empresas, o que está em jogo não é apenas a carga tributária, mas a sua relevância e sobrevivência no mercado.
O que revelou o estudo inédito IBPT + Empresômetro?
Durante o Tax Summit 2025, apresentamos um estudo inédito que analisou o comportamento de milhares de empresas do Simples, com foco na cadeia intermediária ou seja, aquelas que vendem para empresas maiores (geralmente do Lucro Real), e não diretamente ao consumidor final.
O dado mais alarmante?
Mais de 60% dessas empresas estão expostas à substituição comercial.
Por que isso está acontecendo?
O modelo tributário está mudando. Com a Reforma, o Brasil adotará um sistema de crédito financeiro integral, no qual as empresas tomarão crédito do tributo efetivamente pago na etapa anterior exceto quando o fornecedor estiver no Simples Nacional.
Hoje:
Empresas compram do Simples mesmo sem poder aproveitar todo o crédito.
A partir de 2026:
Empresas do Lucro Real e Presumido terão fortes incentivos para comprar de quem gera crédito integral.
Ou seja:
empresas do Simples que não geram créditos aos seus clientes se tornam automaticamente menos competitivas.
O Simples continua. Mas o mercado para ele pode sumir.
O Simples Nacional não será extinto. Porém, o que está em risco é o modelo de negócios de milhares de empresas que dependem do mercado B2B.
Hoje, o diferencial competitivo dessas empresas está no preço mais baixo. Mas isso não será suficiente quando seus clientes deixarem de aproveitar créditos fiscais.
Resultado?
Serão substituídas por fornecedores que geram créditos.
Quais caminhos existem?
Nosso estudo aponta três estratégias viáveis para empresas do Simples Nacional que atuam no B2B:
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Modelo Híbrido
Permanecer no Simples apenas para IRPJ/CSLL, mas recolher o IBS/CBS fora do regime, permitindo que o cliente aproveite crédito. -
Migração de Regime
Avaliar se vale a pena migrar para Lucro Presumido ou Lucro Real, considerando o novo cenário competitivo. -
Reposicionamento de mercado
Mudar o foco de atuação para o B2C (consumidor final) ou ajustar precificação e margens para compensar a falta de crédito no B2B.
A hora de agir é agora
A Reforma Tributária não acaba com o Simples, mas enfraquece sua vantagem comercial no mercado de fornecimento para empresas.
Se sua empresa vende para outras empresas e está no Simples, este é o momento ideal para:
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Fazer simulações tributárias
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Reavaliar seu modelo de negócios
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Tomar decisões estratégicas antes que seja tarde
Estudo IBPT + Empresômetro: Raio-X das empresas do Simples na Cadeia Intermediária
Baixe o estudo completo:
https://www.empresometro.com.br/ibpt-simples-nacional/
Artigo por: Carlos Pinto – Advogado Tributarista | Diretor do IBPT | Especialista em Planejamento Estratégico
Instagram: @carlospintoadv
Linkedin: linkedin.com/company/carlospintoadvocaciaestrategica
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