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Nos últimos anos, o mundo das redes sociais viu um aumento significativo no uso de influenciadores mirins para promover produtos e serviços. Essa tendência tem gerado debates, especialmente quando envolve a publicidade de conteúdos inapropriados para crianças, como jogos de azar online. Recentemente, casos como o “Jogo do Tigrinho” e outros cassinos online têm chamado a atenção por contratar influenciadores mirins e direcionar suas campanhas publicitárias para crianças no Instagram.

A estratégia agressiva de promoção dos jogos de azar na internet, que já é conhecida por usuários de redes sociais, agora está sendo direcionada especificamente para os perfis de crianças e adolescentes, mostra uma investigação do Instituto Alana, organização voltada à proteção dos direitos das crianças. Influenciadores mirins são crianças que, com a ajuda de seus pais ou responsáveis, criam conteúdo nas redes sociais. Com seguidores que muitas vezes também são crianças, esses jovens influenciadores têm um grande poder de influência. No entanto, essa prática levanta preocupações sobre a exposição das crianças a conteúdos que podem não ser apropriados para sua faixa etária.

Cassinos online e jogos de azar são, por definição, destinados a adultos. No entanto, algumas dessas empresas têm utilizado influenciadores mirins para promover seus produtos, muitas vezes de forma disfarçada ou através de publicidade indireta. Isso inclui o uso de temas infantis, personagens animados e elementos visuais que atraem o público jovem.

O “Jogo do Tigrinho” é um exemplo notório. Esse jogo, promovido através de influenciadores mirins, utiliza uma estética amigável e infantil para atrair crianças, o que é uma prática controversa e potencialmente perigosa. A exposição precoce ao jogo de azar pode influenciar negativamente o desenvolvimento das crianças, além de violar diretrizes e regulamentos de publicidade.

Os jogos de azar são ilegais e proibidos no Brasil. Divulgá-los e promover seu uso por crianças e adolescentes fere leis de proteção à infância e regras de entidades como o Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar).

O envolvimento de crianças em jogos de azar e a publicidade deles para essa faixa etária são considerados ainda especialmente danosos por médicos por se tratar de uma idade em que há uma maior vulnerabilidade ao vício.

“São publicidades abusivas, ilegais, porque são de produtos e serviços que são caracterizados como jogos de azar”, diz Maria Mello, coordenadora do programa Criança e Consumo do Instituto Alana.

“Geram danos para a integridade física e psíquica das crianças que elas anunciam.”

Ilegais no Brasil

Os cassinos online têm se tornado muito populares entre público brasileiro apesar de serem ilegais.

“Eles são altamente viciantes, são programados para criar dependência e quase sempre vão resultar na perda de dinheiro”, afirma Maria Mello, do Alana.

“É algo programado para que você tenha mais perdas do que ganhos no processo.”

Quais os riscos do ‘jogo do tigrinho’?

Um dos jogos de azar mais populares na internet, o “jogo do tigrinho” foi retirado da Play Store, loja de aplicativos para usuários do Android, a plataforma de celular mais usada no país, após reclamações.

Mas é possível instalá-lo no telefone com uma série de links disponibilizados pelos influenciadores que fazem a divulgação.

Os jogos em geral funcionam como caça-níqueis: o jogador precisa sortear combinações específicas para receber um prêmio em dinheiro.

Há inúmeras variações das mecânicas, mas, em todos, o resultado depende exclusivamente do algoritmo criado pela casa de aposta. Assim como caça-níqueis físicos, os jogos são programados para darem alguns pequenos ganhos no curto prazo, mas, no total, geram enormes prejuízos para os usuários.

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